Piloto de Fórmula 1 da McLaren, o britânico Lando Norris 'abriu o jogo' sobre seus problemas nas costas que o deixaram com "dores constantes" na última temporada e que ainda estão incomodando.
Em 2022, a F1 voltou a ter carros com efeito-solo, que são ajustados de forma extremamente rígida para gerar o máximo de downforce. Essa configuração teve o efeito colateral não intencional de porpoising (quiques) na maioria dos carros, com os pilotos saltando violentamente nas retas.
Mas, mesmo em ocasiões sem tantas 'quicadas', as baixas alturas dos carros tornaram os monopostos muito menos confortáveis de guiar, com mais forças transferidas para as costas dos pilotos.
Norris revelou que a McLaren do ano passado o deixou com "dores constantes", tendo que trabalhar muito mais com a equipe e com seu treinador para aliviar seus problemas nas costas para 2024.
"Tenho que me alongar de manhã e à noite, antes de cada sessão. Se eu não fizer isso, sempre terei muito mais dificuldades com minhas costas. Não se trata apenas de corrida. É algo em que tive de trabalhar de modo geral. Mas, definitivamente, algumas das mudanças no carro nos últimos dois anos não ajudaram. Chegou a um ponto muito ruim no ano passado, todos os dias eu estava sofrendo para dormir e tudo mais... com dores constantes", detalhou o jovem inglês da McLaren.
"Acho que muitas coisas já foram colocadas em prática, como alguns assentos novos que já fiz. Foi pior no ano passado do que neste ano", seguiu o competidor do time de Woking desde a temporada 2019. Ele é cotado para ser companheiro do holandês Max Verstappen na Red Bull.
Norris diz que seus problemas recorrentes também limitaram a forma como ele treina. Até mesmo atividades comuns, como caminhadas na pista, foram reduzidas, e ele também teve que limitar suas saídas para jogar golfe.
"Se eu quiser melhorar, preciso fazer outras coisas, em vez de apenas tentar melhorar o assento e permitir que o carro melhore com o tempo. Não é o caso. Estou limitando muito mais coisas. Estou jogando muito menos golfe por causa das minhas costas, fazendo mais fisioterapia. Algumas coisas eu tenho que aumentar e outras tenho que 'pagar o preço', como jogar golfe ou praticar determinados esportes."
"Até mesmo as caminhadas em trilhas... assim que faço uma caminhada em trilha, tenho muita dificuldade, então tive que reduzir as caminhadas, pequenas coisas que me ajudaram a sofrer menos."
"Estou muito melhor agora. Quero dizer, eu adoraria jogar mais golfe também! E mesmo com o ciclismo e a corrida, minhas costas doem, então ainda não posso fazer tudo o que gostaria", ponderou.
O chefe de equipe da McLaren, Andrea Stella, disse que a escuderia continua a monitorar o problema, que o italiano chamou de "trabalho em andamento", mas admitiu que não há muito que o esquadrão possa fazer para ajudar.
"Estamos acompanhando esse assunto de perto com Lando", disse Stella. "Algumas coisas terão de vir de sua própria compreensão do que seu corpo exige em termos de condicionamento e de como ele precisa se sentar no carro para ficar confortável e evitar esse tipo de problema".
"Do nosso lado, há muitas variáveis com as quais podemos 'brincar', mas precisamos saber exatamente onde devemos nos concentrar, então é realmente um trabalho em andamento. Não há nenhuma revolução no plano em termos de posição do assento."
"Esperamos que isso se resolva gradualmente, graças ao trabalho que Lando está fazendo e à sua adaptação, mesmo em termos de estilo de vida, que eu sei que deve ser muito, muito doloroso para um jogador de golfe tão apaixonado!", completou com bom-humor o chefe da McLaren F1.