Mesmo com uma grande quantidade de jovens talentos, o grid da Fórmula E ainda possui um grande número de pilotos experientes, com anos na categoria. Essa lista inclui também seis dos sete campeões dos nove anos de história do campeonato. E eles chegam a São Paulo com expectativas bem diferentes para o ePrix deste fim de semana.
O Motorsport.com falou com os campeões ao longo do fim de semana no paddock do Sambódromo do Anhembi para entender o momento que eles vivem e as expectativas pela segunda edição do ePrix de São Paulo.
Para o português António Félix da Costa, piloto da Porsche e campeão da temporada 2020, correr no Brasil é como correr em casa.
“Eu sinto que é minha corrida de casa. Sei que vocês têm o Sérgio [Sette Câmara], o Lucas [di Grassi], mas sinto como o terceiro piloto da casa aqui. Sempre que eu venho correr na Stock Car aqui no Brasil, todos os pilotos, a imprensa, os fãs me recebem de uma forma incrível”.
Mas Da Costa vem para São Paulo buscando reverter uma tendência negativa do começo da temporada, já que ainda não somou nenhum ponto nas três primeiras provas do ano.
“Tem que ser [melhor que as anteriores]. Eu acho que no ano passado foi um circuito muito bom para nós. Estávamos na briga pela vitória da corrida, briga da pole position. Por isso, com o início de temporada que não foi bom, tenho que usar esse fim de semana para dar a volta por cima”.
Único bicampeão da F-E, o francês Jean-Éric Vergne, da DS Penske, é o que está melhor posicionado no campeonato entre os que já levantaram o caneco, com a terceira colocação no Mundial.
“É um bom começo, estou muito feliz com os resultados. Eu acho que é um começo melhor do que foi no ano passado. Então espero continuar construindo em um bom momento”.
Com o bom começo de temporada, Vergne espera que a DS possa entrar na briga pelo título, que em 2023 ficou bastante polarizada entre Jaguar e Porsche
“Espero que sim. Estamos trabalhando muito para isso [brigar pelo título]. Eu gosto da corrida de São Paulo. Vai ser uma corrida difícil no consumo de energia. Mas espero que possamos mostrar alguns progressos em comparação com o ano passado”
Terceiro campeão da história da F-E, o brasileiro Lucas di Grassi não vive seu melhor momento na categoria. De volta à equipe Abt, agora Abt Cupra, onde conquistou o título em 2017, o veterano ainda não conseguiu pontuar neste ano, mas espera mudar essa trajetória em casa.
“No ano passado, eu estava com a Mahindra, usando o trem de força da Mahindra. Em 2024, eu sigo com o trem deles, mas volto à Abt, onde corri por sete anos, quando eles estavam com a Audi”.
“Agora, o trem de força está deixando a desejar, não está no nível que a gente precisa. Em condições normais, dificilmente vamos conseguir competir com Porsche ou Jaguar. Mas, com o vácuo aqui tendo um papel importante na estratégia, é muito importante nos posicionarmos bem na corrida”.
“Sem dúvidas, aqui a classificação é menos importante por causa desse vácuo. Não adianta você largar na pole, a não ser pelos pontos, mas largando na pole não. É como uma relargada na Indy. Estar em primeiro não necessariamente é o melhor lugar, porém você tem que estar bem próximo”.
Campeão de 2022 pela Mercedes, o belga Stoffel Vandoorne espera que sua equipe, a DS, tenha resolvido os problemas de ritmo de corrida apresentados no ano passado, quando fez a pole.
“Ano passado eu fiz a pole, então acho que podemos repetir a dose. Obviamente precisaremos de tudo perfeito para isso. Mas é uma das pistas onde isso não é necessariamente importante, por causa da forma como vai ser a corrida”.
“No ano passado eu paguei um preço por ficar na liderança por muito tempo, mas todos estão melhor preparados este ano. Eu acho que a qualificação vai ser muito direta e muito próxima. Teremos que estar na frente, porque ainda é onde você precisa estar. E agora devemos ser capazes de executar uma corrida muito melhor em comparação à do ano passado”.
De volta à F-E após uma passagem mal-sucedida pela F1, Nyck de Vries, campeão de 2021 pela Mercedes, comentou sobre seu primeiro ePrix de São Paulo.
“Eu diria que o Brasil é um país que tem um legado especial e único no esporte por causa do Ayrton Senna. Então, você sempre pode sentir a paixão pelo esporte aqui. Eu diria que é um real prazer e alegria estar aqui e correr em frente aos fãs brasileiros”.
“No geral, diria que minha expectativa é ter um resultado um pouco diferente em relação às três primeiras corridas da temporada”, disse o holandês, que ainda não pontuou em 2024.