O grid da Porsche Cup ganhou um reforço de altíssimo peso para a etapa de Goiânia. Christian Fittipaldi foi escalado de última hora para participar do fim de semana, substituindo Paulo Sousa, que sofreu uma lesão. E, com isso, o piloto e a categoria aproveitam para prestar uma homenagem a Wilsinho Fittipaldi, lenda do automobilismo que nos deixou no mês passado.
Em pouco menos de 24 horas, Christian veio de São Paulo para Goiânia para ter o primeiro contato com o Porsche geração 992, usado pelo grid da Carrera Cup. Christian já havia disputado provas da Porsche anteriormente, mas sempre usando os 991.2, da Sprint Challenge.
Em entrevista ao Motorsport.com no paddock de Goiânia, ele falou sobre o convite repentino.
“A ligação veio na quarta-feira, na hora do almoço. Eu nunca imaginei que na quinta-feira eu fosse estar andando aqui de carro, mas infelizmente o Paulo [Sousa] se machucou. Ele conversou com o Dener [Pires, CEO da Porsche]: ‘Vamos prestar uma homenagem para o Wilson?’”. Calhou ainda uma série de coisas: aqui foi a primeira corrida da minha vida, em 1988”.
Segundo Fittipaldi, o 992 é “mais dócil de guiar” do que o 991: “O funcionamento dele é praticamente perfeito, porque é um carro mais novo, mais desenvolvido”.
Desde a confirmação da morte de Wilsinho, no mês passado, o mundo do automobilismo brasileiro e mundial vem se desdobrando em homenagens ao ex-piloto e dono de equipe de F1. Mas Christian vê essa oportunidade de homenagear o pai como algo especial, relembrando um capítulo importante de sua trajetória como piloto.
“É claro que é diferente. Foi a primeira corrida de carro da minha vida aqui. Eu ainda tenho memórias daquele dia. Nunca mais vou esquecer a hora que eu parei meu carro no grid, depois da volta de apresentação. Faltavam uns 10 segundos pra acender a luz vermelha. Meu pai vem no rádio e pergunta para mim: ‘E aí, engatou a primeira? Pai, deixa eu me concentrar!’”.
Christian falou ainda sobre o legado que seu pai deixou para o esporte, e como buscará honrar seu nome ao longo do fim de semana.
“Com certeza, é uma emoção muito grande. Eu tô bem, já tive algumas ‘baixas’, mas enfim, faz parte de um ciclo da vida. Ele viveu 80 anos. Falar o quê de uma pessoa que construiu um carro de Fórmula 1 num país de terceiro mundo, onde ele tinha que pedir relação de câmbio via Telex?”.
“Ele viveu uma vida plena. Acho que deixou um legado muito grande e eu sem dúvida nenhuma aprendi praticamente tudo que eu sei com ele E vou tentar, lógico, tentar honrar o nome da melhor maneira possível, fazer o meu melhor. Adoraria estar um pouco mais preparado para esse final de semana, mas a situação apareceu desse jeito”.