A NASCAR Brasil Sprint Race realiza neste fim de semana a segunda e decisiva etapa da Special Edition, a sexta rodada do campeonato de 2023. Em meio à briga para quem vai levar o torneio, uma atração mais do que especial está presente no Velocitta. Trata-se de Paul Tracy, canadense que fez história na CART/Indy, conquistando o título de 2003.
O piloto de 54 anos de idade comentou sobre como veio o convite.
“Conheço o Tarso, irmão do Thiago, há muitos anos, desde a IndyCar, quando corri pela Penske. Depois saí da Penske e ele veio para a equipe e nos conhecemos há muitos anos. Compartilhamos interesse comum por carros e motocicletas e esse tipo de coisa.”
“No começo, quando começaram a Sprint Race, ele me contou sobre isso e disse: ‘talvez um dia você venha e faça uma corrida conosco’. E há algumas semanas, o Thiago me contatou nas redes sociais e disse ‘ei, você quer vir para uma corrida no Brasil?’ Eu disse que adoraria e então aqui estamos.”
Nesta sexta-feira, Tracy teve o seu primeiro contato com o carro da NASCAR Brasil, surpreendendo com a segunda posição no primeiro treino livre do fim de semana. O canadense elogiou carro e a pista de Mogi Guaçu.
“Eu queria ver como eram os carros. Obviamente, é muito divertido de guiar. A pista e o layout são muito bons. É também uma instalação muito bonita, tão boa quanto qualquer outra que já vi nos Estados Unidos. O dono dela fez um trabalho muito bom.”
“Não sei o que esperar da corrida. Espero poder classificar bem e correr na frente, mas estou velho, já faz muitos anos que não corro competitivamente e para esses jovens pilotos, talvez eu seja uma boa medida para eles. Trata-se de um cara que já fez isso antes, no mais alto nível nos EUA, agora aposentado há muitos anos, mas que ainda pode ir muito rápido.”
O talento de Tracy se confunde também com polêmicas. A mais recente foi na Superstar Racing Experience (SRX), quando foi suspenso até o final do campeonato após entrevero com Josef Newgarden e causar um acidente envolvendo vários carros.
Questionado se concordava com a má fama, ele se remeteu ao seu início de carreira na Indy.
“Sempre tive esse rótulo desde que comecei na IndyCar porque quando comecei, com 21, 22 anos, havia caras como Emerson Fittipaldi, Rick Mears, AJ Foyd e Mario Andretti e eles eram homens estabelecidos, senhores, vocês sabem, muito respeitosos na pista. E aquela nova geração era muito agressiva nas corridas o tempo todo.”
“Acho que agora é apenas uma era diferente porque agora com simuladores e pilotos com 16, 17, 18 anos, eles chegam muito mais prontos, por causa do trabalho de simulação que fazem. E eles estão mais preparados para chegar ao nível mais alto das corridas em uma idade muito mais jovem. Veja Max Verstappen, com 17, 18 anos vencendo corridas na F1. Então, é muito diferente agora.
Até 2021, Tracy foi comentarista da Indy na rede americana NBC. Sempre muito ligado à categoria, ele comentou o que acha do atual momento dela.
“Acho que a IndyCar é muito competitiva. O nível de competição é muito alto. O nível de pilotagem é muito alto. A única coisa que acho é que o nível do carro não é tão alto como era na minha época. Quando eu corria, os carros tinham mais de 900 cavalos de potência, às vezes 1.000 cavalos de potência. Agora os carros têm 700 cavalos de potência.”
“Então, acho que o carro agora é um pouco mais fácil de guiar, não tão físico. Isso faz com que a competição diminua, se aproxime porque um cara mediano consegue fazer um bom tempo de volta. Acho que se eles colocassem mais potência e deixassem mais difícil de pilotar, isso separaria os caras de nível superior com os de trás”, concluiu.